domingo, 16 de novembro de 2014

Análise da gestão Paulo Nobre: erros e prejuízos

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Desde que assumiu o Palmeiras, Paulo Nobre deixou de ser unanimidade entre os torcedores. A impopularidade do atual presidente é enorme, fato que foi sendo construído dentro do seu mandato devido às constantes decisões polêmicas que desagradaram a maioria da torcida.

Nesse post foram destacadas as falhas e erros cometidos durante a Era Paulo Nobre na Sociedade Esportiva Palmeiras.

Caso Barcos 

Foto: Gazeta Press
Em 2012, mesmo com o rebaixamento do clube, Hernan Barcos havia feito uma grande temporada, e foi um dos poucos salvos pela torcida na queda do clube. Mesmo com o time na Série B, Barcos sempre declarou publicamente que gostaria de permanecer no Palmeiras. Com isso, Arnaldo Tirone renovou seu contrato no fim daquele ano, com vínculo até 2016 e um bom aumento salarial, além de uma multa rescisória alta para segurar o jogador.

No entanto, 15 dias após ser eleito, Paulo Nobre negociou o jogador com o Grêmio. A negociação foi rápida e resultou na troca do argentino por quatro jogadores do clube gaúcho, além de R$ 4 milhões por 55% dos seus direitos federativos e o repasse das dívidas, envolvendo o jogador, ao Grêmio, que se responsabilizaria em quitá-las. No total o Palmeiras teria arrecadado cerca de R$ 18,5 milhões no negócio.

Na época, o torcedor não gostou nenhum pouco de perder o então ídolo do time por quatro reservas de outro. Mas alegando situação financeira crítica, a diretoria achou que aquele era o melhor para o clube.

Porém, ao analisar o momento atual, o Palmeiras ficou com apenas um jogador, e ainda teve que pagar R$ 8 milhões por ele, o atacante Leandro, de 20 anos, que em 2014 não repetiu o desempenho de 2013, e fez apenas quatro gols. Em resumo, outras medidas poderiam ser tomadas, Barcos poderia continuar no clube e se tornar ídolo de fato, ter sua imagem explorada pelo Marketing e atrair mais sócios-torcedores e investidores.

Futebol

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Sem dúvidas o pior quesito de Nobre, o time do Palmeiras só acumulou vexames e fracassos durante sua gestão. Título mesmo só o da Série B, que era obrigação. Eliminações vexatórias para o Tijuana, Ituano, Atlético-PR. Elencos de péssima qualidade, planejamentos pífios.

A manutenção de Gilson Kleina em 2013, logo após a goleada de 6 a 2 sofrida para o Mirassol. E em 2014, a manutenção do mesmo técnico para logo em seguida demiti-lo, atrasando um planejamento.

A contratação do argentino Ricardo Gareca, uma boa escolha, mas foi o certo no momento errado. Trazer um treinador estrangeiro, que não conhece o futebol brasileiro, no meio da temporada, sem tempo para adaptação, foi uma aposta de risco que infelizmente não deu certo e prejudicou todo o centenário do Palmeiras, o time foi eliminado da Copa do Brasil e teve de conviver com o fantasma do rebaixamento no Brasileirão. E Gareca não recebeu muita paciência da diretoria que o trouxe, e acabou deixando o clube pela porta dos fundos.

Contratações, e José Carlos Brunoro

Desde que assumiu a presidência Paulo Nobre trouxe para o clube 37 jogadores, e dois técnicos. Sempre, auxiliado pelo seu braço direito José Carlos Brunoro, que foi contratado para ser o homem forte do futebol no clube, era pedido até pela torcida, que associava sua imagem ao sucesso da Parmalat. Mas os tempos são outros e Brunoro nada mais foi que a personificação da incompetência da gestão Paulo Nobre.

Dos 37 atletas contratados, apenas sete foram em definitivo pelo Palmeiras, o clube gastou cerca de R$ 32 milhões na compra de Leandro, Allione, Mouche e Cristaldo. Muito dinheiro investido e pouco retorno dentro de campo. Sem falar em nomes como Bruno César, Weldinho, Charles, Ronny, Felipe Menezes que apenas aumentam a folha salarial do clube.

Caso Henrique

Capitão e um dos principais jogadores do clube nos últimos cinco anos, o zagueiro Henrique foi vendido na primeira proposta que recebeu do futebol europeu. O Napoli-ITA ofereceu cerca de R$ 13 milhões pelo atleta, e o Palmeiras aceitou. Muito se diz, que o negócio foi motivado pelo fato de Henrique ter cobrado uma dívida de R$ 1,2 milhões na justiça.

O fato é que, pelo valor da transferência, o negócio não seria ruim. Mas, Henrique estava sendo constantemente cotado na Seleção, e tinha fortes indícios de que estaria na Copa do Mundo, mesmo assim Paulo Nobre não quis esperar e vendeu o jogador ao clube italiano. Três meses depois, o nome de Henrique aparece na lista dos convocados da Copa, e o Palmeiras perderia a chance de fazer mais dinheiro com o jogador se o tivesse mantido no clube. O negócio com o Napoli acaba se tornando péssimo, e estranho vindo de um presidente que pensa a longo prazo, tomar uma decisão tão precipitada.

Marketing

O Marketing do Palmeiras foi profissionalizado, mas não trouxe quase nenhum resultado significante. O clube está há 1 ano e 6 meses sem patrocinador master, algo absurdo em ano de centenário, além de prejudicar as finanças da instituição.

O centenário do clube foi muito pouco explorado em relação a sua grandeza, e seu potencial. Poucas ações de marketing, eventos, jogos comemorativos e afins. O maior marketing envolveu o lançamento de novas camisas, mais de 10 na Era Nobre, só que a preços altos, bom para clube, ruim para o torcedor. O erro no marketing foi tão nítido, que até mesmo o próprio Nobre reconheceu e demitiu o diretor responsável.

Caso Alan Kardec

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A melhor contratação (empréstimo) da gestão Paulo Nobre, também se tornou o maior erro. Alan Kardec veio para o Palmeiras em agosto de 2013 para substituir Kleber Laube, que não vingou no clube e voltou para Portugal. Kardec se adaptou muito rápido ao clube, e logo se destacou na campanha da Série B. Na temporada seguinte o sucesso continuou e Kardec foi um dos artilheiros do Paulistão.

Embora, as coisas estivessem dando certo dentro de campo, fora dele o futuro do jogador no Palmeiras ainda não estava assegurado, isso porque para Alan Kardec continuar no Verdão o clube teria que pagar, aproximadamente, R$ 12 milhões ao Benfica-POR já que os portugueses descartaram a renovação por empréstimo.

O Palmeiras conseguiu o montante e já estava tudo encaminhando com o clube português, faltava apenas acertar com o jogador. Aí vem o imbróglio, o Palmeiras queria um longo contrato, mas sem um alto salário, e o jogador queria um bom aumento para se sentir valorizado. Após uma longa novela, Paulo Nobre esteve bem perto de fechar, porém, após mais uma pedida de redução salarial feita pelo presidente ao atleta, o negócio foi encerrado pelo atleta. Alan Kardec se sentiu desvalorizado, pela redução de uma pequena quantia no salário proposto por ele (R$ 5 mil ou R$ 20 mil), não teve volta, Kardec não permaneceu no Palmeiras. E o destino foi o que gerou mais polêmica ainda, um rival, o São Paulo ofereceu um salário muito superior ao que o Palmeiras havia oferecido, e acertou tudo com o atacante, para logo em seguida sacramentar a negociação com o Benfica.

Perder um bom jogador para um dos maiores rivais, essa pra muitos foi a gota d’água do mandato de Paulo Nobre no clube. Erro que já havia se repetido duas vezes. Kardec era, assim como Barcos e Henrique, um jogador com grande potencial e cotado pra Seleção, tanto que ficou na lista de pré-convocados para a Copa do Mundo. Um jogador jovem, e que tinha muito mercado se continuasse com o desempenho que vinha apresentando.

Mas essa é uma moeda de dois lados: será que foi a diretoria que foi mesquinha em abrir mão de pagar R$ 20 mil a mais, ou o jogador que desprezou a importância de jogar e ser ídolo no Palmeiras por R$ 20 mil a menos? De qualquer forma, mais um vexame que o Palmeiras que sofre fora de campo.

Outros  

Diversos outros fatos podem ser colocados na conta de Paulo Nobre durante o seu mandato, entre eles: alto preço dos ingressos; péssima comunicação com o torcedor; negociação de Valdivia, e seu passeio na Disney; negociação pífia com Ronaldinho, e constrangimento no centenário.

Conclusão

Paulo Nobre foi o presidente mais jovem a ser eleito no Palmeiras, com 44 anos, por isso o clube sofreu bastante em sua gestão. A inexperiência de Nobre no futebol ficou notável em vários casos, principalmente nas negociações.

A política de austeridade não é ruim, mas ela não pode ser radical, o futebol não permite, e também, não é o melhor lugar para implantar essa filosofia. Antes da austeridade deve vir o bom senso, e isso faltou a Nobre várias vezes em seu mandato. Para ser presidente de um clube como o Palmeiras não basta ser bom em finanças, é preciso pensar grande e ter ousadia. Um clube não pode ser gerido de maneira fria.

Nobre não aparenta ser mal intencionado, mas, nesses dois anos, foi incompetente, confiou cegamente na capacidade de Brunoro em dirigir o futebol. Erro gravíssimo, e quem sofreu com isso foi o torcedor e o clube. Caso seja reeleito, dificilmente o Palmeiras terá um time forte em 2015, mas se em seu próximo mandato não repetir os erros, talvez o clube possa sonhar com algo melhor no ano seguinte, se reerguer dentro de campo, e brigar por títulos. Mais uma vez, o time do ano que vem.

Sobre o autor: As palavras e ideias colocadas no texto são de responsabilidade do autor Matheus Barbosa, e não necessariamente representam as ideias do blog. Twitter

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