quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Palmeiras: o renascimento em uma nova era

__________________________________________________________________________________________________

Foto: Diego Padgurschi /Folhapress
Os últimos anos foram completamente infrutíferos à Sociedade Esportiva Palmeiras, que fechou o século levantando inúmeras taças e começou o seguinte logo com o primeiro rebaixamento à Segunda Divisão. O acesso veio, mas anos agindo como coadjuvante acompanharam. O até então gigante clube brasileiro e Campeão do Século XX sofria com campanhas medianas enquanto assistia rivais erguendo troféus.

Dez anos após o rebaixamento, uma faísca liberou a chama do coração do torcedor palmeirense e desentalou o grito de campeão nacional, mas foi ilusão. O golpe veio pesado, veio com choros e promessas de desapego de alguns ao assistir o Palmeiras cair mais uma vez. Alegria de palmeirense dura pouco neste século. Nada dá certo e o clube vive sobre as sombras de um passado glorioso respeitado apenas por seus torcedores.

O título da Série B foi conquistado mas pouco comemorado pela torcida, que almejava no ano seguinte, o de seu centenário, algo digno do clube amado. A torcida merecia. A torcida não teve. O apoio incondicional foi o diferencial para o elenco fraco de 2014 não ser rebaixado pela terceira vez em sua história. Pífio. Medonho. O pesadelo não acabava nunca e a torcida já protestava contra presidência, elenco e diretoria.

Uma atitude foi tomada, finalmente. O Presidente Paulo Nobre contrata o Diretor de Futebol Alexandre Mattos, responsável pela montagem do elenco do até então bicampeão brasileiro Cruzeiro, para arrumar a casa há muito bagunçada. O Palmeiras finalmente tem a Crefisa como patrocínio master e abriu os cofres, contratando 25 novos jogadores que integraram o novo elenco para 2015. Muitos disseram que não daria certo e que o clube foi precipitado, como sempre acontece na imprensa.

Acontece que o time desacreditado pela mídia, apoiado pela torcida incansável, chegou à final do campeonato paulista contra um time do Santos que vinha de reformulações e considerado de elenco inferior ao clube de Palestra Itália. A taça não veio. Perdemos nos pênaltis e alguns torcedores já criticavam o desleixo de alguns jogadores e a teimosia do treinador Oswaldo de Oliveira, que, após isso, encaminhava o Palmeiras à zona de rebaixamento mais uma vez.

Com a campanha medíocre no Campeonato Brasileiro, Oswaldo foi demitido e Marcelo Oliveira (treinador do bicampeão Cruzeiro) contratado em seu lugar. O time se reergueu na principal competição do país ao mesmo tempo em que dava largos passos na Copa do Brasil, avançando e superando expectativas.

Vieram Cruzeiro, Internacional, Fluminense e, finalmente, Santos (mais uma vez). Outra final contra os praianos ao passo que Palmeiras caía de rendimento no Brasileirão e seu rival ascendia a cada rodada farejando o G4. A opção por abandonar o Brasileiro a fim de focar na Copa do Brasil parecia absurda e precipitada, mas, mesmo assim, foi a decisão tomada e então as oportunidades deveriam ser agarradas sem pestanejar.

A final contra o Santos seria a chance de revanche. A chance de provar que o time agora subestimado e desconfiante poderia superar a si mesmo e levantar outro título nacional. Mas, a derrota na primeira partida por 1-0 desanimou severamente muitos torcedores. Vi alguns que nem acreditavam mais, lembrando apenas dos anos anteriores e esquecendo das vezes que o Palmeiras surpreendeu as expectativas de todos, como foi naquela Copa do Brasil de 1999 contra o Flamengo.

O erro do Santos e da mídia foi, mais uma vez, subestimar o Palmeiras. Provocações por toda a parte e desavenças entre ambas as torcidas já eram criadas. O clima de conflito fortaleceu o Palmeiras. Enalteceu seu espírito de virar o jogo ao seu favor no gramado, com a bola nos pés (e chutões), esfregar ao mundo se preciso que todos estavam errados e que somos gigantes.

Logo nos primeiros 20 segundos o Palmeiras perdeu um gol feito e continuava pressionando, não deixando o “poderoso Santos” jogar. As raízes italianas não davam espaço à desistência. Mas, o time foi perdendo ritmo e os meninos da Vila começaram a jogar, levaram perigo ao gol de Fernando Prass, assustaram, mas o placar não saiu do 0-0 até o segundo tempo. Barrios protege a bola, gira e passa para Robinho, que tira do goleiro alvinegro, deixando Dudu livre para abrir o marcador. Palmeiras 1-0 Santos, resultado que levaria a decisão aos pênaltis.

Alegria. Esperança. Êxtase. O Allianz Parque foi abaixo. Santos mostrou reação, mas foi neutralizado na maioria das vezes. Palmeiras não mais deixava muitos espaços. Arouca e Matheus Salles faziam perfeitas coberturas e desarmavam como se fosse a coisa mais importante do mundo. A determinação corria nas veias dos jogadores alviverdes.
Foto: Reprodução

Falta pela esquerda e Robinho na cobrança, que alça a bola em jogada ensaiada, caindo nos pés do criticado Dudu mais uma vez. Gol. Palmeiras 2-0 Santos. Pênaltis já não eram mais necessários e o título vinha direto às mãos do maior campeão nacional. Pena que felicidade de palmeirense dura pouco e logo após cobrança de escanteio, a bola sobra na área e Ricardo Oliveira diminui. Palmeiras 2-1 Santos. Pênaltis de volta ao script. Tensão e nervosismo. Medo da história do Paulistão se repetir. Esperança e gana para entrar na história mais uma vez.

O torcedor palmeirense roía as unhas e a relação de cobradores (Zé Roberto, Rafael Marques, Jackson, Cristaldo e Fernando Prass) causou mais nervosismo ainda. Dois eram reservas e Prass nem cobrava pênalti. Suor frio e alguns tremores tomaram conta da torcida.

Santos desperdiçou os 2 primeiros pênaltis, com Marquinhos Gabriel isolando a bola e Fernando Prass defendendo a chance de Gustavo Henrique. Palmeiras converteu 1 e Rafael Marques recuou para Vanderlei, mas estava na frente. Geuvânio, Lucas Lima e Ricardo Oliveira converteram em seguida para o Santos; Jackson e Cristaldo para o Palmeiras. 

Foto: Marcos Ribolli
A última cobrança caía sobre os ombros de Fernando Prass. Aquele que tanto salvou o clube em pequenos milagres. Aquele que pegou pênaltis durante toda a trajetória no Palmeiras. Aquele que a torcida inteira postava sua confiança. O possível sucessor de São Marcos. Um candidato a ídolo da Sociedade Esportiva Palmeiras agora ajeitava a bola na marca do pênalti. Respira fundo e chuta forte no canto esquerdo de Vanderlei. Gol do título. Gol de Fernando Prass. 

O "impossível" aconteceu mais uma vez. A quebra de favoritismo é destruída mais uma vez. O Palmeiras sagra-se campeão da Copa do Brasil 2015 com uma partida muito boa e com o sangue frio do herói Fernando Prass. Inusitado. Inacreditável. Palmeiras é Tricampeão da competição e garante sua vaga para a Taça Libertadores 2016, torneio que o clube paulista não disputa desde 2013.
Foto: Reprodução

Este ano, 2015, foi repleto de esperanças e alegrias ao torcedor palmeirense apesar da absurda queda de rendimento no segundo semestre, mas, foi fechado com chave de ouro e que 2016 seja um ano cada vez melhor. As previsões são boas e as esperanças altíssimas. O Palmeiras está se reerguendo desta vez, diferente da fagulha que foi 2012. O Palmeiras voltará ao gramado lutar suas batalhas e estará ainda mais forte. O Palmeiras é GIGANTE.

É aconselhável aos rivais pensarem mais uma vez antes de subestimarem o maior campeão nacional. Tal título não é conquistado da noite para o dia e nem por acaso. E que venha o próximo ano





As palavras e ideias colocadas no texto são de responsabilidade do autor Luiz Gabriel Pereira (@luizzzpereira), e não necessariamente representam as ideias do blog.


______________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Faça seu comentário!

 
Copyright © 2013 Palmeirismo
Design by Lucas Marques