Tudo começou no dia 21 de maio, quando o Palmeiras, após a
saída de Gilson Kleina, anunciou a contratação do seu novo técnico. Até aí tudo
bem, se o técnico em questão não fosse um estrangeiro. Um argentino chamado
Ricardo Gareca, este, desconhecido para a maioria dos palmeirenses, mas também
visto com bons olhos. Depois de 40 anos o Palmeiras volta a ter um técnico de
outro país. Logo na chegada ao Brasil o “El Tigre”, como foi apelidado na
Argentina, chamou a atenção pelo estilo e a elegância, mas para os palmeirenses
isso era o de menos.
Foto: Reprodução |
Gareca trouxe consigo o preparador físico Nestor Bonillo,
também argentino, e o auxiliar técnico uruguaio Sérgio Santin. Além da comissão
técnica, o treinador viu a necessidade de trazer jogadores que pudessem se
adaptar mais rápido à sua filosofia de trabalho e tratou logo de indicar nomes
para Paulo Nobre e Brunoro. Não demorou muito para mais gringos chegaremao
Palestra. Ao todo foram quatro novos atletas Hermanos: o zagueiro Fernando
Tobio, o meia Agustín Allione e os atacantes Mouche e Cristaldo. Todos eles se
juntaram aos uruguaios Victorino e Eguren, o paraguaio Mendieta, e o chileno
Valdivia, que aqui já estavam antes da vinda de Gareca.
No passado grandioso do Palmeiras e na sua história
centenária, são várias as passagens por nomes estrangeiros. Arce, Echevarrieta,
Ríncon, Barcos, Muñoz são alguns que, de uma forma ou outra, ficaram marcados
na história do clube. Mas nunca se falou tanto castelhano na academia de
futebol, como agora. São 11 estrangeiros no clube. Do torcedor, há sempre
aquela espera de raça ao ver um jogador de outro país entrar em campo com a
camisa da Sociedade Esportiva Palmeiras e, quando ela é demonstrada, o jogador
ganha a admiração e o respeito das arquibancadas.
Foto: Reprodução |
O diferencial de ter um técnico estrangeiro é a tentativa de
inovar, sair da mesmice, sair daquele rodízio de técnicos que circula no
futebol brasileiro. Uma aposta totalmente válida. Em relação aos jogadores, é o
mesmo modelo de filosofia. Economicamente falando, atletas sul-americanos são
mais viáveis que os brasileiros. Eles são contratados com pedidas salariais bem
mais baixas e com potencial de valorização enorme pra venda. Chegam à Seleção de seu país com muito mais
facilidade que um brasileiro teria atuando no Brasil, o que ajuda muito se
valorizarem. Os benefícios são enormes, e isso tudo deve ser posto na balança.
Com tudo isso, o Palmeiras acertou em trazer Gareca e os
demais gringos. O clube precisava dessa
renovação, alguém com outra visão, que traga outra perspectiva. Ainda é cedo para
dizer se vai dar certo ou não, mas um trabalho como esse tem que ser feito aos
poucos. Os resultados não virão da noite pro dia, é preciso ter paciência,
mesmo que isso seja angustiante. No Palmeiras nada nunca foi fácil (não que eu
me lembre), e nem será agora. O clube já teve a Era das Academias nos anos 60 e
70, e a Era Parmalat na década de 90, agora começa a surgir uma legião
estrangeira. Uma sociedade argentina, no Palmeiras. Que essa nova geração do
Alviverde honre as cores da camisa e o escudo que estão vestindo, pois uma
história como a do Palmeiras merece ser valorizada.
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